
A linha do tempo do IPF
No final da década de 60 do século passado prevaleciam na área da fotografia, em Portugal, os salões expositivos e as associações amadoras, cuja produção fotográfica era alheia às tendências dominantes além-fronteiras, além da carência de escolas para formação própria. A curiosidade dos entusiastas era preenchida aos balcões das lojas de fotografia, aí se adquiriam as habilidades técnicas necessárias à obtenção de uma imagem através da câmara fotográfica. Augusto de Moraes Sarmento, o criador do IPF, satisfez o seu desejo irrequieto de aprender, no bom atendimento dos estabelecimentos comerciais, tendo sido nesses locais que conheceu Waldemar Travassos, o seu guia nos mistérios da técnica fotográfica e do laboratório a preto e branco.
A parceria informal, feita de entendimento e amizade, entre Moraes Sarmento e Waldemar Travassos, deu incentivo à criação de uma escola de fotografia em 1968, o IPF, preenchendo assim uma lacuna na sociedade desse tempo. A construção deste projecto aglutinou a boa vontade de várias pessoas e entidades. No âmbito individual, António Manuel Morais e Lourenço Pereira, provenientes do curso de imagem e som do Serviço Cartográfico do Exército, deram o seu contributo na organização do ensino; o Sindicato dos Jornalistas e o Grémio Nacional dos Industriais de Fotografia fizeram parte do primeiro conselho pedagógico do IPF; a Kodak e a Agfa contribuíram com apoio material.
O ensino das possibilidades técnicas da fotografia e a sua gramática visual, são completadas com novas abordagens de teor especulativo, por exemplo, o fotógrafo José Reis, em 1975, concebeu o curso de Introdução a um estudo sociológico da imagem, uma abertura à análise do discurso visual.
A colaboração do IPF com várias embaixadas permitiu organizar várias exposições individuais e colectivas. Entre 1973 e 1981, foi possível ver obras fotográficas de Bill Brandt; Nadar; Photographie Actuelle en France, 1978; Algumas fotografias a cores, 30 fotógrafos norte-americanos; Atget. Em 1975, o IPF organizou a 1.ª Exposição Retrospectiva da Fotografia Portuguesa na Galeria de Arte Modena, que aglutinou diversos fotógrafos portugueses, com o intuito de ser um primeiro passo na criação de uma colecção portuguesa de fotografia.
De Janeiro de 1996 a Fevereiro de 2001, editou-se a colecção de livros de autor quatorze por quatorze, um projecto idealizado por Fernando Mendes e Domingos Caldeira.
Em 2017, o IPF apoiou a edição do livro Fotografia e Cinema Moderno. Os Cineastas do Pós-Guerra de Luís Mendonça.
No ano de 2020, emergem os cursos de fotografia online.
Para conhecer melhor o que o Instituto Português de Fotografia construiu desde 1968, frequente a sua biblioteca online, ouça e veja os seus podcasts e vídeos, na Linha do tempo: https://ipflinhadotempo.pt
Artigo de José Manuel Antunes